segunda-feira, 26 de maio de 2008

A grávida

Você está passeando com uma criatura do sexo masculino, com o qual tem uma relação amorosa ou apenas libidinosa. De repente, encontram uma amiga, ou pior ainda, uma desconhecida numa fila ou num balcão de padaria. E o seu acompanhante, muito simpático e falastrão, pergunta à moça, que está grávida:

- É menino ou menina?

A gestante sorri e responde:

- É menina!
- Menina é muito bom! Quanto mais mulher no mundo melhor! O problema de ter filha, pro pai, é que ele vira fornecedor!
– retruca o rapaz, enquanto ri da sua própria “piada”.

Enquanto isso, a grávida com um sorriso amarelo no rosto pensa:

- Que babaca!

E você, com a face ruborizada pensa:

- Esse mulherengo filhodaputa é mesmo um babaca! O que eu estou fazendo aqui?

Você, querida leitora, já passou por essa situação constrangedora? Se a resposta for positiva não se sinta sozinha.

Fique sabendo que comigo também aconteceu. Exatamente assim, duas vezes, cada uma com um sujeito. O segundo deles ainda completou:

- Eu sei porque tenho uma filha!

Já o primeiro, um mês depois de eu ter passado pelo mesmo caso com o seu sucessor, estava na maternidade em função do nascimento da sua primogênita.

Samantha J.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mais uma cantada chula

Definitivamente, como disse em outro post, eu tenho dedo podre até mesmo quando não o aponto para ninguém. Além de não saber escolher os cidadãos com os quais me relaciono, tenho mesmo imã pra abordagens chulas. E o que é pior: sou vítima de reincidentes no crime. Lembram do ser humano que me propôs "botá isso aí pra jogo"?

Pois é... Quando acreditava que o sujeito já tinha ido para o universo dos encostos despachados, eis que ele ressurge. E com tudo, pra provar que grosseria e falta e noção são virtudes que alguns indivíduos só aprimoram com o passar do tempo. O fato é que o moçoilo fez aniversário e me convidou para a festa. Não fui, é claro! No entanto, como sou moça educada, deixei um recado felicitando o rapaz, agradecendo o convite e perguntando, despretensiosamente, algo como "e a festa, foi legal?" Eis que recebo a seguinte resposta (Ipsis litteris):

Poxansssss... obrigado pelo parabéns... mas ae , faltou vc aki... nem pude pôr a comida na panela... muita linguiça... hahahahhahah Senti sua falta aki.. fica me devendo, ok? Um chopinho... beijaummm

E cadê a cantada chula? Que problema há na resposta do rapaz?, perguntarão alguns. Além do vocabulário miguxês, nenhum, responderia eu. Não fosse o fato de o meu apelido- na turma da qual o referido sujeitinho faz parte- ser "Panela".

Por Maisa K.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Participação especial

A nossa primeira colaboradora, Teodora T. Amiga querida, que não tem dedo podre, mas também não pode dizer seja a menina do dedo verde!

Foi a pimenta
Pode ter sido a pimenta no molho do macarrão. Eu não gosto de pimenta, mas coloquei mesmo assim, porque achei que o outro gostasse.
Também peguei os pratos de porcelana chinesa, os talheres bonitos, arrumei e limpei toda a casa.
Comprei cerveja, passei perfume, passei pó compacto. Sim, pó compacto. Quando nos conhecemos eu era rata de praia, e agora sou gente grande e tenho que disfarçar minha palidez com pó compacto.
Fiz até depilação.

Só não ensaiei o que dizer, pois isso nunca deu certo comigo (será que já deu certo com alguém?).Correu tudo bem, embora a visita, assim como eu, também não gostasse de pimenta. Não fui elogiada por meus dotes culinários (eu juro que sou boa nisso), mas não sobrou nada no prato. Resolvi me contentar.

A conversa, como sempre, fluiu muito bem. É verdade que as gargalhadas, comuns em nossos bate papos, foram menos frequentes. Mas dessa vez conversamos sobre coisas mais sérias. E eu achei isso bom.

A visita falou muito mais do que me ouviu. Mas eu acho que a visita só se fez visita porque tava mesmo querendo conversar. E eu ouvi, com atenção. Estava muito interessada em tudo o que aquela pessoa bonita queria me dizer.

Agora eu sei de muitas coisas: teve infância problemática; quer casar e ter filhos, mas só depois dos 30; não é fiel; desenha como poucos; e toca também; tem um cachorro vira-latas com um nome engraçado (mas isso eu já sabia); os óculos são para enxergar de longe; teve um amigo que se jogou pela janela; não namora há dois anos; só ronca quando não dorme de barriga para cima; gosta de ficar mais uns minutinhos na cama; e é bonito, como é bonito.... pensa que não é mais, mas é, quando eu abri a porta de casa pensei: "não acredito que essa pessoa bonita está aqui, na minha casa!".

O beijo é bom, o abraço é de verdade.
Foi embora e eu achei que estava tudo certo. Não fiz planos, juro que não fiz. Não achei que fôssemos virar "melhores amigos de infância", tampouco pensei em casar e ter filhos.

Para não dizer que não fiz planos, a única coisa que imaginei foi que se eu o encontrasse naquela noite, eu daria nele mais um abraço de verdade. Porque a visita é uma dessas pessoas que a gente tem vontade de abraçar forte e dar muito carinho.

Mas o plano não deu certo.A gente se encontrou naquela noite, demos um meio abraço (desses de um braço só) e trocamos dois dedinhos de prosa, amenidades. Depois a visita, que já não era mais visita, saiu. Assim, saiu saindo. Sem dizer nada, como se eu não estivesse ali.
Não me deu tchau, não olhou para mim, só saiu. Foi conversar com um amigo.

E então eu fico me perguntando: "onde foi parar a gentileza, minha gente?".
Tá certo, ele não gosta de pimenta. Mas e desde quando isso é motivo para deixar uma pessoa no vácuo?Então a pessoa insiste para vir na minha casa, vem até aqui, come da minha comida (tinha pimenta, mas foi feita com muito carinho), toma banho no meu banheiro, dorme na minha cama, ao meu lado, e quando me encontra de noite faz como se eu fosse uma mera conhecida?

Essa semana eu li um texto que dizia: "É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens."

Foi isso, faltou gentileza. E não tem jeito, não há beleza ou roupa bonita que compense quando, na alma, falta classe.
A decepção foi grande.
Ainda bem que não teve sexo."

Teodora T.