segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aconteceu com uma amiga II, a missão.



Amo muito essa amiga. Deve ser porque ela é das minhas. Tem um dedinho arrebatadoramente podre. Muitos anos depois do episódio do espelho de motel, ela namorava uma rapaz há algumas semanas. Eu o achei meio estranho desde o início, mas, como também sempre ouvi muitas críticas aos meus eleitos e estas nunca surtiram muito efeito, optei por me calar.

No entanto, um bom faro não deixa a desejar... Era sexta feira, ela foi ao salão se embelezar para o programa combinado para aquela noite. Dito e feito, de unhas pintadas e depilação caprichada (só nós mulheres sabemos o sofrimento pelo qual passamos com a finalidade de deixarmos nossas virilhas e adjacências do jeitinho que eles gostam), a minha querida amiga foi ao encontro do moço.

Sempre muito gentil, ele levou a senhorita para jantar e depois de uma agradável refeição foram para a residência dele. Como era de se esperar iniciaram o processo de cópula. Peça após peça, foram ficando com vieram ao mundo. Só faltava a calcinha, cuidadosamente escolhida na gaveta para ser retirada naquele momento. Quando aconteceu o inimaginável:

- Gatinha, essa sua depilação está meio assimétrica, está mais pra direita!

Esse namoro não durou muito. Sorte a dela!

Samantha J.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O relógio

Há algum tempo estou sem postar nenhuma nova história. Infelizmente, estava coletando novos e dantescos episódios para minha biografia.

Mas ontem, algo que ouvi (e que por hora não vou narrar, mas podem ter certeza que o protagonista do caso terá seu espaço – muito merecido - aqui nesse blog) me fez ter vontade de sentar em frente ao computador e relatar um dos fatos ocorridos com esta sofredora que vos fala.

Tenho o estranho hábito de viajar pra longe e conhecer criaturas que moram bem perto de mim. Lá no nordeste encontrei, por acaso no dia do meu aniversário, – ah, que presente do Deus que desenha as coisas – uma pessoa que compôs uma música que não direi qual é e que mora aqui na Cidade Maravilhosa. Vou, porém, dar uma pista: a canção em questão é muito popular e de gosto duvidoso. E sorte de vocês, queridos leitores, eu não reproduzir aqui os seus versos, pois durante as próximas horas estariam cantarolando-os, e mesmo que tentassem se livrar da primorosa rima, não seriam capazes.

Além do curioso costume citado acima, tenho também a sina de atrair músicos, esses seres de vida errante que não são capazes de relacionar-se normalmente com as mulheres (tudo bem, sei que estou generalizando, mas a minha experiência não me permite pensar de outra forma).

Bom, estava eu lá, na tal cidade histórica nordestina, comemorando mais um ano de vida, e conheci este rapaz. Totalmente diferente do tipo físico ao qual eu me acostumara (nunca fui fiel aos de padrões de beleza), mas de aparência bem aprazível. Apesar do receio de depois de velha contrair piolhos, por conta dos seus cabelos com penteado(?) jamaicano, não ofereci resistência quando ele se aproximou para uma conversa.

Depois de chegarmos à conclusão que morávamos perto um do outro e outras cositas mais, vivemos dias de intenso romance. Além de se mudar para a minha pousada, me apresentou toda a família e amigos. Ele tinha que ir embora de sua terra natal, mas antes de partir fez juras de amor: que dia eu estaria de volta ao Rio? Pois ele viajava muito, mas em breve estaria lá para sermos felizes para sempre.

Um par de meses se passou. E finalmente o moço resolveu ligar.

-Demorei pra ligar porque perdi seu telefone.

Até agora não entendi como achou. Mas, como fiquei muito surpresa com a aparição, resolvi dar uma chance ao indivíduo. Encontramo-nos num sábado à noite, ou melhor, madrugada de domingo. Pois é, ele se atrasou um pouco.

Alguns dias depois ligou de novo, como era sexta-feira véspera de carnaval não marquei um local para o encontro, pois a folia é sagrada. Ficamos de nos falar mais tarde, e quem sabe nos vermos entre um bloco e outro. Não apareceu. Só deu as caras dias depois dos festejos populares e no insólito horário de três da manhã. Eu estava dormindo, e logicamente não aceitei a sua oferta de ir à minha casa.

Comecei então a achar seus horários meio estranhos. E a desconfiar que ele não fosse tão disponível como parecia lá na linda cidade nordestina.

Passados vários dias ele voltou a se manifestar. Dessa vez em uma hora aceitável.

-Tô saindo de casa pra te encontrar.

Tomei banho, me vesti, passei perfume. E os ponteiros do relógio rodando, rodando, rodando... Até hoje ele não chegou!



Samantha J.

domingo, 5 de outubro de 2008

O bonzinho piegas

O episódio que vou relatar já aconteceu há alguns meses, mas custei a compartilhar por medo de o rapaz que o protagonizou se reconhecer aqui e sentir-se ridicularizado. O moço, definitivamente, (como diria Cléo Pires) "é um fofo" e não merece. Mas a história é muito boa, não deu pra segurar. Moço fofo, sorry. Caso leia o post, não se revolte, tá? Continuo te achando muito bacaninha... Mas que mandou mal, isso mandou. Bem, vamos ao caso:

A coisa se deu em meados do ano passado. Estava em crise com um ex-peguete fixo, daqueles problemáticos, e decidi dar condição para um admirador antigo, daquele tipo ligou-levou. Um rapaz bonitinho, do tipo bom caráter, galanteador... Tudo que eu precisava para inflar meu ego, a essa altura totalmente detonado pelos vacilos constantes do ex-peguete fixo.

E depois de um convite cara-de-pau, lá fui- numa noite de friozinho muito propícia a início de romance- tomar um vinho ou outra birita qualquer com o rapaz. Ficamos num barzinho bacana, praticamente vazio, tomamos uma caipirinha sensacional, conversamos horas... e ele, como era previsível, me tascou um beijão daqueles no fim das contas.

E saímos de lá lépidos, fagueiros e saltitantes, sob o efeito da caipirinha o do "beijão daqueles". Assim caminhávamos pelas ruas de um bairro da zona sul da cidade quando me deparo com uma casinha bucólica, cheia de chaves de ferro penduradas na porta. E foi nesse momento que o rapaz conseguiu estragar tudo: da minha esperança de tirar da cabeça o ex-peguete fixo problemático ao efeito da caipirinha, que tornava tudo mais colorido. Vejam o diálogo:

Eu: "Nossa, que casinha legal! Olha só, ela tem chaves penduradas na porta"
Ele: "Por falar nisso... e você? Quando vai me dar as chaves do seu coração?"


Nãããããããããão!!!! Por que, meu Deus???? Por que os bonzinhos têm que ser chatinhos? Por que só os filhos da puta, os galinhas, os que cagam pra você e furam quando marcam um encontro nunca falariam uma pieguice dessas? Sinceramente... não fosse eu tão fissurada no sexo oposto, sucumbiria à campanha de umas amigas gays que andam querendo me converter. Homens, ô raça!

Maísa K.